Vinyasa, dedicação, amor e realizações…

Foi sábia a postura do Pattabhi Jois em titular essa pratica como ashtanga yoga, pois realizar esses conceitos filosóficos de Patanjali em cima  do tapete, requer dedicação e tempo de maturidade do corpo e da mente para perceber os benefícios mais profundos dos asanas, e assim conduzir uma pratica que aparentemente parece ser tão física a graus de profundidade espirituais.

Patanjali afirma no yoga sutra:

Sa tu dīrghakāla nairantarya satkāra-Adara-āsevito dr̥ḍhabhūmiḥ

O sucesso pode ser alcançado através da prática contínua ao longo de um período prolongado de tempo, realizada de uma maneira séria e sensata.  YS 1.14

Não é desanimador, mas instigante, afirmar que quanto mais tempo de dedicação, as experiências vão ganhando profundidade, o anseio por asanas perfeitos vão se amenizando, dando lugar para o que realmente é essencial:

“O vinyasa no seu sentido mais profundo; ao som da  respiração conduzida com movimentos leves e sutis.

 E ali, na sala vazia e escura, muitas vezes fria, aquecida apenas por uma vela de oferenda aos mestres, no amanhecer de um dia ensolarado.  O praticante tem a oportunidade de experimentar as oito etapas do yoga num único momento, mesmo que o samadhi não seja tão profundo como a “perfeita união” Kaivalya.  Para o mundo que vivemos hoje, podemos sim considerar esses momentos de conexão com sigo mesmo como um leve experimento superficial de iluminção, pois estar com sigo mesmo, é a atitude da condução da atenção para dentro (pratyahara), a concentração intensa no nosso estado interior (dharana) que resulta numa meditação em movimento (dhyana) e então, seja bem vindo a estar consigo mesmo.”

Para cada esforço, a certeza de estar na direção correta…

Para cada tapete esticado, mais uma oportunidade de ser feliz dentro do seu próprio universo.

Para cada doação  o individuo exercita a compaixão…

 Para cada sutra estudado, se revela o conhecimento, o olhar observador…

 Para cada conta de japa cantada com fé, o divino se desperta em nosso coração…

E para cada atitude na vida, uma tentativa de manifestar o amor como servidão ao próximo…

E assim, vamos caminhando, sem julgamento, e convicto de que o yoga transforma de dentro para fora.

Que presente de Deus o yoga entre os homens! E que gratidão aos mestres, pela dedicação em nos presentear com a tradição do olhar para dentro.

Tadā sarva-Avarana malāpetasya jñānasya-ānantyāt jñeyamalpam

Para aquele que se libertou de todas as impurezas e obstáculos, aquilo que pode ser conhecido se torna insignificante diante do conhecimento infinito. Y.S 4.31

Borá praticar?

                                                                                                    Junior (jay gauranga)